ARQUIBANCADA COLORADA
 
 5 de dezembro de 2009
DECISÃO SEM VIBRAÇÃO
Postado por Débora às 23:54
Lembro-me bem do dia 04/12/2005, sol em Porto Alegre, última rodada daquele Brasileiro repleto de suspeitas, fraudes e canetaços. O Inter chegava para a última partida com chances reais de ser campeão do Brasileiro 26 anos depois da última conquista. Em Curitiba estava a esperança alvirrubra e mesmo com tantas dificuldades o torcedor tinha fé que a justiça seria feita no jogo contra o Coritiba e o Corinthians tropeçaria nas próprias pernas. Aquele dia sai de casa para assistir a partida fora em um bar com vários torcedores, todos unidos em busca de um objetivo, formando uma corrente como no Beira Rio de apoio e incentivo (mesmo que a distância) para os 11 guerreiros de vermelho. Infelizmente a vitória não veio e o clube mais beneficiado com a remarcação dos onze jogos pelo STJD sagrou-se campeão.

Neste domingo o Inter chega novamente na última rodada com grandes chances de ser campeão, precisando outra vez de que quem está na frente tropece, entretanto, diferente de 2005, a esperança vermelha é nula. Por ironia do destino, quis ele que fosse assim, para o Colorado ser campeão nacional 30 anos depois do tri invicto o maior rival teria que fazer papel de irmão, ou poderíamos dizer aquela mãozinha de mãe, pois se vencer ou empatar seremos campeões. Ingenuidade do Colorado que ainda mantém as esperanças, o campeonato terminou na penúltima rodada.

Durante a semana a polêmica do assunto, vários textos muito interessantes dizendo para não entregar, de mostrar superioridade do Grêmio e não fazer corpo mole, gente criticando o Corinthians, mas o fato é que o Flamengo ganhou seis pontos de lambuja do Corinthians e do Grêmio e o Inter perdeu o título para si. Ok que os adversários também tropeçaram e perderam pontos, mas o Inter, a sensação do primeiro turno, cometeu deslizes que permitiram a vantagem alvinegra. Foram tantos “se”, se não tivéssemos deixado o São Paulo empatar no Beira Rio, se tivéssemos vencido o Atlético PR e o Botafogo em casa, se não tivéssemos deixado o Flu empatar os 42 minutos do segundo tempo, se tivéssemos vencidos na Vila, se não tivéssemos perdido para o Cruzeiro, se, se e se... um detalhe ali outro aqui e lá se foram dois ou três pontos que fazem a diferença agora no final.

Diferente de 2005, neste 06 de dezembro de 2009 saio de casa para ver o Colorado jogar, desta vez em sua casa, mas sem a menor perspectiva de sair do Beira Rio com a faixa de campeão no peito, pois a festa será do Urubu e não do Saci. É uma pena que o ‘co-irmão” não é o América do México, que pena que os atacantes tricolores não são nenhum Cabañas barrigudo, porque realmente seria muito lindo jogar água no chopp flamenguista, depois de tanta festa antecipada da torcida durante essa semana, mas deixamos tudo para 2010.

Texto Verissimo
Blog do Juca 1 - Torcedor Gremista
Blog do Juca 2 - Torcedor Corinthiano

Pela honra do futebol
JUCA KFOURI

Não existe rivalidade que justifique um time fazer corpo mole para não favorecer o rival. Em nome do jogo

A POIADA PELA maioria dos torcedores, segundo apontam as pesquisas científicas e as sondagens não científicas, além da presença do torcedor nos estádios como não acontecia desde 1987, eis que a fórmula dos pontos corridos está na berlinda por supostamente favorecer a malandragem nas derradeiras rodadas, quando rivais tradicionais não se interessam pelas vitórias para não ajudar o outro.

O comportamento, de fato, é lamentável sob todos os aspectos. E difícil de ser evitado num país de pouca cultura futebolística, de nenhum respeito pela liturgia do jogo e no qual a única regra que parece existir é a de levar vantagem em tudo, haja vista que temos mensalões democraticamente distribuídos por todos, repita-se, todos, os maiores partidos políticos do país.

Dá-se o nome de pragmatismo à recepção de fanático que nega o Holocausto -e gente de respeito se perde ao botar lenha na fogueira da violência ou ao denunciar brincadeira de péssimo gosto de candidato que virou presidente como se fosse coisa séria. Para não falar de candidatos potenciais que agridem mulheres e fica tudo por isso mesmo. Isto é o Brasil. E por que seria diferente no futebol? Claro que o argumento dos que imaginam que só os pontos corridos favorecem malas brancas e corpos moles não se sustenta.

Porque a mala branca aparece também quando um clube precisa do resultado de um terceiro para ficar entre os classificados para os mata-matas. E, do mesmo modo, nada impede que um Grêmio, se não tiver mais chance de ficar entre os finalistas, faça corpo mole diante de um Vasco, caso uma vitória sobre o adversário classifique o Inter.

O Grêmio entra aqui só como exemplo, mas não exatamente como Pilatos no Credo, porque o Grêmio é o objeto de desconfiança na próxima rodada, como foi o Corinthians na anterior, embora o Santos também seja. (O professor de ética do complicado IWL deitou falação de vendedor de carro usado ao dizer que "cada clube tem de se preocupar com o que é melhor para o próprio clube e não para os outros clubes").

Mas Mano Menezes não parece ser muito diferente, ao fazer o teatro e o discurso que fez na derrota contra o Flamengo, em Campinas. Revelou-se, aliás, mau ator, canastrão mesmo, como este presidente do Sport que promete processar quem chamar o Flamengo de hexacampeão, coisa que esta Folha não considera, o colunista considera e assim fará, como já o chama de pentacampeão desde 1992, legítimo dono da desmoralizada, pela CBF e pelo então parceiro São Paulo FC, taça das bolinhas.

Porque é isso: falta respeito ao jogo de futebol no Brasil, algo que sobra no país de seus inventores, a Inglaterra, mas não só lá.Inimaginável também na Espanha que um Barcelona amoleça para o Sevilla com a intenção de prejudicar o Real Madrid, coisa que faria a orgulhosa Catalunha corar. Por aqui, enquanto não nos educamos, enquanto não possuirmos instrumentos realmente eficazes para combater a corrupção e a falta de compostura, quem sabe a marcação dos clássicos estaduais para as últimas rodadas do Brasileirão atenue a malandragem.
[Coluna da Folha de SP]


O Grêmio não vai entregar.
Por Andreas Muller
01/12/2009-01:46:13

Souza cometeu o desatino de ir aos microfones com insinuações de que o Grêmio entregará a vitória ao Flamengo na rodada derradeira deste Brasileirão. Tcheco foi mais sutil: declarou-se feliz por não ter esse problema nas mãos, mas fez questão de lembrar um suposto corpo-mole institucional protagonizado pelo Inter em um confronto com o São Paulo no ano passado. E assim têm sido os gremistas desde o apito final do último domingo. De vossa majestade Duda Kroeff ao mais plebeu de todos os geraldinos, todos fazem questão de impregnar o ar com este cheiro de dúvida e de enigma, como se todos estivessem conspirando algo por trás das cortinas do reino da dupla Gre-Nal.

Tudo isso é muito cômico, para dizer o mínimo. O Grêmio passou o campeonato inteiro sendo açoitado por todos os adversários que encontrou fora do Olímpico inclusive os muito fracos. Mesmo assim, aí estão os gremistas, agora, agindo como se a esquadra tricolor fosse plenamente capaz de segurar o Flamengo dentro de um Maracanã em chamas. No delirante imaginário tricolor, vencer ou perder diante da irresistível força rubro-negra é uma simples questão de... escolha! Para surpresa de todos, o Grêmio deixou de ser aquele bichinho inofensivo fora de casa. Agora, na última rodada, o Grêmio se tornou uma máquina, um verdadeiro moedor de carne que até pode derrotar o Flamengo e só não o fará porque vamos rir juntos não quer.

Ora, sejamos realistas: o Grêmio não vai entregar. O Grêmio vai simplesmente perder. Porque é ruim. Porque exala ruindade pelos poros e por cada furinho do dry-fit das camisetas da Puma. O Grêmio vai perder porque, jogando fora do Olímpico, é limitado nos discursos e até nas suas maiores pretensões. A polêmica em torno de entregar ou não entregar é apenas uma grande jogada de marketing: é a primeira vez desde o início de 2009 que se dá importância ao Grêmio fora do Rio Grande do Sul.

Conformem-se, amigos: o Grêmio será atropelado pelo Flamengo da mesma forma que seria atropelado por qualquer outro time neste Campeonato Brasileiro. E isso não tem nada a ver com a falta de ambições do Tricolor no certame. O Grêmio poderia estar disputando o título ou a fuga do rebaixamento e o adversário poderia ser a seleção de reservas do Asilo Padre Cacique. Mesmo assim, o Grêmio esmoreceria fora do Olímpico e entregaria os três pontos. É algo que está além da vontade da torcida, de dirigentes ou jogadores. É algo que está incrustado na camiseta tricolor e não pode mais ser negado: o Grêmio, hoje, é apenas um ilustre coadjuvante no futebol brasileiro. E sente-se muito bem nesse papel.

Quanto ao Inter: não cabe à diretoria colorada reclamar da derrota inevitável do Grêmio. O Inter deveria apenas se resignar com a vaga na Libertadores e resguardar-se ao mais profundo e digno silêncio. Mais uma vez, perdemos esse título para nós mesmos. Resta torcer para que a diretoria aprenda com os próprios erros que vêm se repetindo desde 2007, cronicamente e saiba planejar todo o ano de 2010 sem cair de novo na tentação do desmanche milionário. Do contrário, em breve seremos nós que estaremos na infeliz posição de se auto-secar na busca de algumas migalhas de alegria.

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Última atualização: 13/12/2009

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