Toda caça às bruxas começa com algo que está incomodando. E, também, toda caça às bruxas termina quando tudo volta a sua normalidade, após pelo menos uma bruxa morrer queimada na fogueira. Em minha opinião, o que aconteceu no Inter não foi diferente. Diante de uma torcida havida por resultados, alguém tinha que queimar por isto. Parece conveniente. Também parece conveniente que queime aquele que se envolveu em assuntos polemicos, aquele na iminência de ser suspenso. E assim, queime-se D’Alessandro na fogueira purificadora que passou pelo Beira-rio. D’Alessandro não vinha jogando a contento, eu sei. Mesmo assim, é difícil dizer quem estava. Passamos por uma depressão onde todo o time estava com um rendimento muito abaixo do esperado. Talvez pela nossa expectativa e mania de ganhar TUDO, não estávamos preparado para uma fase assim e, sinceramente, acho que a fase ainda não passou. E assim como não acho que a solução passe pela reestruturação geral, também não acho que o D’Ale mereça toda a culpa. Falta de condicionamento físico? Assim como D’Ale, todo o time pode passar na salinha do preparador físico e, em fila, tentar se reestabelecer dos mais de 50 jogos já jogados este ano. Não estou aqui defendendo nem acusando D’Alessandro. O fato é que ainda está muito presente na minha mente e coração aquela Sulamericana. Todo colorado deve agradecer esta taça à todo time, mas em especial a ele, o proscrito do momento. E, bem no fundo, sinto falta do futebol gingado, bonito com a catimba argentina, da garra com que ele jogava cada partida. Sinto falta da la boba que acabava em um cruzamento muitas vezes fatal. Ainda tenho fé que voltaremos a ver o futebol de pura arte deste jogador que, como já ouvi por ai, merece receber couvert artístico em alguns jogos. E assim como não esqueço tudo que já vibrei ao assistir um gol originado nos pés do argentino, também não esqueço que a Sulamericana tá logo ai, batendo à nossa porta. D’Alessandro, cola no senhor Fabio Mahseredjian!!